quarta-feira, junho 29, 2005

The Chronicles of Mr. Death - The Payback - Part One


Mr. Death
Originally uploaded by marcioldrocha.
Ok! Comemorando as mudanças anunciadas do blog (para melhor... Argh!) e em homenagem à festejada chegada de nosso ilustre No. 2, Inspetor Javert (ilustre No. 2... Blergh!), vou publicar essa mui querida crônica, narrando uma das milhares aventuras que esse seu querido matador profissional já viveu.

O sol se punha no horizonte, determinando o início do ocaso daquele dia, véspera dos acontecimentos que irei narrar, os quais se tornariam inesquecíveis para as pessoas que deles participaram, caso alguma tivesse sobrevivido.
Éramos um grupo de dezessete mercenários de diferentes nacionalidades e com um interesse em comum: um punhado de milhares de dólares. Aliás, esse número de mercenários pouco variava, apesar de partiparmos de operações diárias de guerra. É porque para cada dois que se juntavam ao grupo, um morria, mantendo a folha de pagamento de nossos contratantes, vamos dizer assim, enxuta.
Esfalfados e famintos, chegamos ao acantonamento, onde a maioria de nós ia direto para a cama de campanha, sem comer nem tomar banho. Claro que eu e meu discípulo, Geba "Clay", éramos mais civilizados e lavávamos as mãos antes de devorar a nossa ração, mas só as mãos e íamos dormir.
Foi uma noite relativamente tranqüila, em que acordei algumas poucas vezes com o ruído longínqüo de petardos explodindo, como era de praxe acontecer.
Eu costumava amanhecer já sentado no vaso da latrina de campanha, lendo o meu gibi do Superman, já que meu intestino tem um relógio interno ajustadíssimo que me induz a fazer isso todos os dias e a mesma hora.
No gibi, o Lex Luthor havia raptado a Lois Lane e o meu super-herói favorito se preparava para salvá-la, enquanto no vaso já o tolete aflorava de minhas entranhas. De repente, uma forte explosão jogou-me a metros de distância dali, destruindo não só a latrina, mas todo o acantonamento, meu gibi e cortando o tolete pela metade.
Zonzo pela força devastadora da explosão, sentindo o sangue escorrer pelo meu ouvido esquerdo, pensei que tivesse partido dessa para melhor. Contudo, alguns gemidos de dor ao redor e esporádicos disparos de AK-47, provavelmente tiros de misericórdia dados pelo inimigo nos poucos sobreviventes, me deram a certeza de continuar vivo. E para permanecer assim, era preciso que me fingisse de morto, razão pela qual decidi tirar uma soneca e esperar o tempo passar.
Não se espantem com a demonstração dessa minha frieza e presença de espírito, afinal devo justificar o apelido de Mr. Death que amigos e inimigos meus, todos já finados, me deram ao longo desses anos.
Passadas não sei bem quantas horas, acordei de meu sono letárgico e dei conta de que ainda estava com as calças arriadas até o joelho, todo sujo de bosta e de sangue, merda minha, mas sangue dos outros.
O cenário era de destruição total, onde os destroços das instalações e equipamentos se misturavam aos pedaços de meus ex-companheiros. Tropecei então num braço despojado do resto de seu corpo, em cuja mão reluzia um anel de ouro. Reconheci-o como sendo aquele que Geba "Clay" ostentava com indescritível orgulho, o presente mais valioso que havia recebido de sua querida mãe. Uma raiva inclemente brotou do fundo de meu ser, juntamente com a vontade de ir ao banheiro interrompida abruptamente horas atrás. Enquanto, procurava um cantinho no mato, meu ardiloso cérebro começou a arquitetar uma vingança terrível contra os perpretadores daquele infame atentado e da morte de meu fiel e dileto discípulo, que treinei com carinho para um dia me substituir.
" - Queremos sangue! Queremos sangue!" - diria meu pupilo "Clay" nessa situação, se vivo ainda estivesse.
Assim, por ora, "profundamente raso" e triste, no mato agachei, chorei e caguei.

Locutor: Bem, amigos, fui despedido da Globo por falar um monte de asneiras, mas aqui estou contratado a peso de ouro para finalizar cada parte da crônica de nosso querido Misteeeerrrr Deeeeeath!!! Que planos sinistrodiabomirabolantes estará traçando esse filho de uma égua com jument..., digo, das Trevas? Não percam a próxima parte dessa emocionante saga em breve no novo template do blog Prrrrrrofuuuundamente Rrrrraaaaaso.

4 comentários:

Anônimo disse...

...e triste, no mato agachei, chorei e caguei.
Hahahahahahahahahahahahahahahaha!!!
Esse é o vetusto Mr. Death!! Como Fênix das cinzas, surge Mr. Death.
Ma, você tava inspirado, não?

Anônimo disse...

Matar por dinheiro??? Já me fizeram essa proposta, mas o dinheiro tira todo o sentido da morte, que por si só é um ato de desprendimento material. O prazer de matar implica num envolvimento emocional. Uma motivação maior, muito além da materialidade.

Já a morte de um companheiro é um bom motivo...

Unknown disse...

Mr. Death says: What the Hell are you talking about, Pink Ninja? Que negócio é esse do emocional ser maior que a materialidade? O negócio é dindim, bufunfa, grana, tico-tico, DÓLAR (Real pode ficar com ele, que é dinheiro não...)! Quanto a morte de um companheiro só é um bom motivo de vingança se ele lhe devia algum. No caso aqui da crônica, o "Clay" me devia US$ 150 e, acredite, sou capaz de cometer até genocídios por tal quantia. Da onde você tirou a idéia de que o abominável Mr. Death, a personificação do Mal, a materialização da Morte que caminha entre os homens, a alegria de coveiros e funerárias, enfim, o instrumento letal jamais concebido antes pelo ventre de qualquer mamífero poderia se deixar levar por sentimentalismos? Definitely you are wrong.

Anônimo disse...

Cada frase que lia, imaginava uma página de gibi! Esta saga ficaria ótima em quadrinhos......