quarta-feira, março 08, 2006

Nica


Era uma vez uma bonequinha linda chamada Monique (que chamei de Ninica, depois, de Nica).
Uma bonequinha de carne e osso, mais daquela do que desse. Usava vestidos lindos escolhidos pela voluntariosa e dedicada mãe, que combinavam com sua tez rosada e com seu longo e bem cuidado rabo-de-cavalo.
O narizinho arrebitado já descrevia como seria sua personalidade desde cedo... Quando o vi pela primeira vez, eu soube.
Um dia, ainda pequena, disse a ela que um de seus poucos defeitos era quase sempre acordar "chutando os cachorros" e ela o corrigiu, mas ainda hoje é possível de quando em vez se fazer ouvir em certas manhãs um "cáim-cáim-cáim"...
O tempo passou rápido e ela cresceu juntamente com suas virtudes para se tornar uma moça incrivelmente bela, inteligente e simpática.
Também muito arguta, responsável, estudiosa, amorosa e, se pudesse vender a empatia que tem, se tornaria rica.
Chega o ano de 2005, ela com dezenove, terminando o último e mais difícil semestre da Escola Técnica Federal de Química, quando 60% da turma costuma ficar reprovada. Também é o ano em que ela decide que vai fazer o pré-vestibular, mesmo sabendo que só poderá estudar de verdade nele após o fatídico primeiro semestre.
E aí começou o calvário da Nica, nervos à flor da pele, saindo às 6 e chegando às 23:30h todos os dias. Meses e meses comendo e dormindo mal, mas estudando muito e cada vez mais. De manhã, no pré-vestibular; à tarde e à noite, na escola técnica.
Era de partir o coração assistir sua luta podendo apenas fazer pouco para ajudar, porque essa é uma guerra solitária, que só pode ser guerreada e vencida por um, no caso, por ela mesma.
Acabado o mês de junho, Nica vê a vitória chegar, mas a comemoração só durou a noite da formatura da escola técnica, porque nem férias ela quis ter.
Rapidamente, obteve o mérito de fazer parte da turma especial do curso pré-vestibular e se afundou nos livros em semanas de dias iguais, sem descanso, sem folgas, sem outro pensamento que não o de ser aprovada para o curso de Engenharia Química da UFRRJ. Tinha que ser o da UFRRJ, não servia o de outras federais. Coisa do nariz arrebitado, se é que me entendem...
Não foram poucas as vezes em que acordei de madrugada para beber água (e fazer xixi) e a vi às voltas com os cadernos e os livros. O nariz arrebitado personificando seu espírito inquebrantável sempre em destaque, ainda que na penumbra do quarto iluminado pelo quebra-luz.
Chegaram as provas e os resultados da Nica foram acima do que se podia esperar de alguém que só pôde estudar de verdade nos últimos meses do ano. Mas será que eles seriam suficientes para ela ficar com uma das 80 vagas?
Ontem, no trabalho, recebi a notícia pelo telefone. A mãe entre soluços, mal conseguiu balbuciar: "a nossa bonequinha passou" e desandou a chorar a angústia acumulada durante meses.
Nica já sabe que não ganhou a guerra, mas apenas uma das muitas batalhas importantes que ainda acontecerão. Como já foi dito, será uma jornada solitária em que o papel de protagonista é único e seu.
Só quero dizer a ela, minha querida filha, que estarei, como de praxe, à retaguarda, aguardando o seu pedido de apoio. É o que os artilheiros fazem na guerra e eles costumam virar a sorte de batalhas quase perdidas.
Esse nariz arrebitado... Quando o vi pela primeira vez, eu soube.

terça-feira, março 07, 2006

Ca-ra-ca!

A Dana Reeve - viúva do Christopher Reeve - morreu ontem de câncer do pulmão e nem sequer fumava. Ela cuidou do marido aleijado por nove anos, até a morte dele.
Não é para qualquer uma não, hein?
Meanwhile, o filho da puta do Lula-drão fuma charuto, bebe cachaça, rouba e deixa os amigos roubar e... vai ser REELEITO!
Ca-ra.....................LHO!