terça-feira, julho 11, 2006

The Chronicles of Mr. Death - The Payback - Part Two


A única pista deixada pelos facínoras que destruíram o nosso acantonamento era a marca dos pneus de dois veículos Land Rover, que encontrei à cerca de um quilômetro de distância. Eles haviam se aproximado a pé e atacado bem às quatro da matina, quando quem dormia estava na REM, que é a mais pesada fase do sono. Os poucos sentinelas foram silenciados com faca e as detonações de explosivos plásticos em lugares estratégicos quando não mataram diretamente pelo deslocamento de ar e pela fragmentação, deixaram os poucos sobreviventes fora de combate e prontos para receber o tiro de misericórdia. Não fosse eu estar sentado na latrina e protegido por suas paredes, estaria a essa hora fazendo companhia aos meus infelizes colegas de armas.
Tratou-se de um ataque minuciosamente planejado para evitar reações e não deixar sobreviventes. Coisa de profissionais, eu diria. Mas eles cometeram um único erro, eu diria. Um único, último e fatal engano, diria eu por fim: deixaram-me vivo!
Sem perda de tempo, segui o rastro dos veículos levando apenas a roupa, digo, os frangalhos que tinha no corpo, a minha fiel Glock e a minha peixeira de estimação, presente inestimável de meu tataravô baiano.
O pôr do sol encontrou-me nas imediações de uma fábrica de pregos abandonada, aparentemente pouco vigiada. Na área de estacionamento, duas Land Rovers com os pneus sujos de merda se destacavam dos demais veículos, sinalizando que eu havia chegado ao meu destino.
A certeza de não haver sobreviventes no ataque da madrugada anterior fazia o inimigo relaxar, cometendo um erro que a morte o impediria de se arrepender.
Dizem que de cada ninhada de uma loba, se nascem dez filhotes, 9 são lobinhos, mas o último é um cão, que se não for morto pela mãe, acabará comendo a ninhada toda. Eu, Mr. Death, a personificação das trevas, aquela que apaga o círio da vida, infelizmente para aqueles que espreitava, não fui morto pela minha mãe ao nascer.
Era preciso antes de tudo fazer um reconhecimento da área, para saber o tamanho do trabalho que tinha por fazer. Esgueire-me por entre as edificações pequenas, silencioso como a sombra da noite que chegava, indo até o prédio principal, de onde provinha vozes altas e risadas mais ainda. Optei por galgar a parede do lado sul e aproveitar para observar o repasto de minhas vítimas do meio da cúpula de vidro que cobria toda a edificação. De lá poderia ver e ouvir melhor tudo o que acontecia.
Para a minha completa estupefação, o que vi foi uma verdadeira conspiração do mal. Sentados à mesa, comendo e bebendo a rodo, estavam os maiores vilões da humanidade, alguns tidos como mortos, mas que estavam vivos, sim, pelo menos até que eu pusesse sobre eles
minhas implacáveis garras.
Olhando do alto, parecia a última Santa Ceia, porque eram treze os comensais e porque ia ser mesmo a última ceia, só que para todos eles. Lado a lado, encontravam-se Osama Bin Laden, Che Guevara (com aquela boina sebenta e cheia de caspa), Moammar Kadafi, Lula-lau, o Piu-Piu, Fidel Castro, Major Pimenta, Lex Luthor, o Coringa, o Leão do Imposto de Renda, Napoleão Bonaparte, o estalajadeiro Thernadier e o maldito anão estuprador de leões e mulheres barbadas, Long Dong Silver, único e improvável sobrevivente de minha crônica anterior. Reconheci-o primeiro por causa do olhar fixo que tinha no Leão do IR durante o jantar.
- Crec!...Crec!...
Oh, não! A merda da estrutura está cedend... Fuck!
- Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaashhhhhhhhhhhhhhh!!!
Desabei bem em cima da mesa, espalhando a comida e a bebida para tudo quanto era lado e dando um susto de morte (sem trocadilho, que a hora não é para isso) em todos os convivas.
- Prendam o espião! gritou com sua voz de bailarina resfriada o Bin Laden.
Presos meus braços por dois brutamontes do Al Qaeda, fui despojado da Glock, da peixeira e fiquei à mercê daquela ignóbil súcia.
Ao olhar nos olhos de meus agora algozes, percebi que cada um deles havia me reconhecido. Todos sem exceção tinham motivo para me odiar até o final dos tempos.
- Qui bosta! - exclamei.

Locutor says: Bem, amigos, estamos aqui de volta para fechar a apresentação de mais um post desse babaca do Mr. Death. Será esse o fim dessa execrada criatura das trevas? Seus inimigos vão simplesmente matá-lo, ou vão torturá-lo de forma vil, começando por cócegas nos pés e arranhando a unha no quadro de giz?
Agora que Death está fudido e cercado, que não poderá escapar desse timaaaaaaaaço de vilões, eu posso dizer do repúdio que tenho a este filho de uma vaca com jumento. É com prazer, portanto, que voltarei em breve para apresentar o final dessa emocionante saga, junto com o final desse merda de mercenário veado. Não percam então esse impagável evento no blog Prrrrrrofuuuundamente Rrrrraaaaaso.
Mr. Death says: Como diz a Renatita, menos, Galvão Bueno, bem menos p'ra você. Vou matar os treze, um a um e, por último, você.
Locutor says: Você é quem está perdido, Death! MWAHAHAHAAA ® Copyright Campo "Silvio Bobo" Alegre, All rights reserved.

2 comentários:

Anônimo disse...

EEEEI, Olha eu aqui de novo.....
Tomei vergonha na cara e coloquei internet em casa...da concorrência claro... GIRO by Embratel!
Este foi o 1o endereço que digitei...que felicidade quando ví que ainda está ativo.
Ainda não li..tenho muitos meses de blog pra ler...desde o ano passado não acessava...Site bloqueado na Telefonica, por isso que comprei giro....da Telefonica quero distância.
FELIZ POR ESTAR DE VOLTA
ATÉ O FIM DA SEMANA COLOCO A LEITURA EM DIA...

Unknown disse...

Que legal ver vc de volta, Re! A concorrência é sempre sadia em qualquer área, hahaha!... Quanto ao blog, vc não vai ter quase nada para ler, infelizmente. Nesse tempo todo, eu e meus "colaboradores", desanimados com tudo, pouco produzimos. Atualmente, está rolando um flashback das crônicas do bosta do Death, mesmo assim está por acabar. Quem sabe a sua volta não traga junto a inspiração perdida e acabe com a maldição dos blogs abandonados?